Fim do mundo
sexta-feira, dezembro 31, 2004
Fim do ano

Às vezes eu penso que esse não é mais um ano de andar por aí. Não pode ser. Esse é um ano de decisão, de cumprir metas e atingir objetivos muito bem traçados. Mas depois eu penso que talvez “andar por aí” seja isso também, ou talvez esse espírito andarilho esteja mais ligado à alma do que às ações...

Esse ano que começa amanhã é decisivo em mais maneiras do que consigo descrever. Dá um bocado de medo quando paro para pensar nisso. Mas eu acredito na possibilidade de um ano melhor. Tenho aproveitado as férias para juntar as informações e aprendizados que obtive ao longo de 2004, de forma que em 2005 isso tudo se transforme em realidade. Acredito sincera e ingenuamente que consigo alcançar meus objetivos. Não fosse assim, não estaria escrevendo essas linhas agora, porque nem aqui eu teria chegado. Acredito que esse ano é um ano de andar em passos não tão cuidadosos quanto foi o ano passado, que é um ano de se arriscar, como deveriam ser todos os anos de nossas vidas.

Uma das coisas que mais me impele é o fato de que “não existe sabor ou dessabor no ato de acreditar”, é simplesmente preciso. Precisão não é só necessidade, é ter um rumo. O meu é pra frente, porque nunca acreditei que existisse outro.

A primeira vez que comentei a respeito de voltar a morar no Condado, anos atrás, minha mãe foi enfática: “na vida a gente tem que tentar sempre evoluir, não o contrário”. Pronto, fim dos meus sonhos de voltar a viver sobre as asas da mamãe. Começo da era do “agora é por sua conta”. Sentimento maravilhoso esse de estar “sozinho” no mundo. É de dar medo, mas excitante ao mesmo tempo.

Esse mesmo medo sinto agora. E tento me consolar com conselhos do tipo “você já passou por isso antes”, “você está vivendo só mais uma etapa de um processo que começou há muito tempo”, “você está fazendo o que é necessário”. Engraçado, tantos conselhos e ainda assim o medo não vai embora. Isso é bom. Ter medo é ser humano, é saber que estamos nesse mundo. Fazemos apesar disso, não por isso.

Penso nisso tudo agora na virada do ano. Por mais simbólico que uma virada de ano seja, é algo que me faz pensar e isso é bom. Olho ao meu redor e as pessoas estão felizes, o que é melhor ainda. Minha família sorri sem preocupações aparentes, fazendo votos de bom ano novo uns aos outros, minha namorada tem o rosto iluminado por um sorriso mágico quando me abraça e deseja feliz ano novo. Eu desejo o mesmo de volta. São desejos sinceros, desses que só deseja quando se gosta de verdade. Vejo assim que 2004 não foi tão ruim quanto poderia. Sei que 2005 não vai ser tão bom quanto esperamos. Mas se for para voltar a ver felicidade no rosto das pessoas que adoro, então terá valido a pena. Então tenho motivos para continuar com meu “barco contra a correnteza”, fugindo de Rockland¹, incessantemente remando ao longo dessa auto-estrada que leva para onde eu não sei.

Eu mantenho contato e mando cartões-postais quando chegar em algum lugar.

1. Allen Ginsberg, foi um dos fundadores do movimento Beat, na década de 50. Sua maior obra, um poema chamado “Uivo”, é considerado por especialistas como sendo uma carta ao amigo Carl Solomon preso no sanatório de Rockland, lugar onde o próprio Ginsberg tinha se “hospedado” por dois anos.

Feliz ano novo pra todo mundo. Essa é uma das poucas verdades da vida: a de que é preciso ser feliz.

Abraços e beijos,
Leandro

"Aqui Agente Leandro chamando do Condado, planeta Terra, câmbio. Estamos em paz hoje, câmbio. Esse é um dia pacífico."

posted by Leandro @ 10:03 AM  
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