Fim do mundo
segunda-feira, outubro 11, 2004
Anime Festival

[Festival]

Eu não sou especialista em animes, mangás, ou qualquer produto de entretenimento que venha do Japão. Saiba, então, que se você continuar a ler esse texto, vai estar lendo as palavras de um quase leigo. As poucas coisas que sei são frutos da convivência com meu irmão mais novo. Ele gosta de um monte de japoneses malucos. E me fez gostar de uma meia dúzia de animes e mangás bem legais que esse japoneses fazem extremamente bem feito. Aliás, nós poderíamos aprender algumas coisas com eles no que diz respeito a competência quando o assunto é trabalhar com entretenimento, mas isso é discussão pra outra hora. Fato é que conheço menos do que gostaria e sei mais do que um monte de gente acha que eu sei. Assumi que isso me credenciava a ir até o Anime Festival, evento para fãs de entretenimento japonês, que aconteceu durante esse final de semana aqui em Belo Horizonte.

Existia uma fila considerável à porta do Marista Hall. Não tinha nada a ver com o Anime Festival, pra falar a verdade. As roupas das meninas, a idade das mesmas e a completa euforia eram típicas de fãs de pop internacional. Dali a poucas horas, o "The Calling" estaria subindo no palco daquela casa de shows para tocar para uma platéia recheada de hormônios ainda adormecidos. Escutei, no entanto, enquanto passava pela porta do lugar, parte da passagem de som da banda. Isso, por si só, já tirou o fôlego de algumas crianças que esperavam na fila. Ouvi garotas gritando "ALEX!!!!Háááááááá!!!!!!" Assumi que esse era o vocalista da banda e que as meninas estavam esquentando a garganta para o show de verdade. Fiquei feliz com essas adivinhações e fui em frente. Existe um outro tipo de devoção para os adoradores de anime e mangá. É bem mais calma e, de muitas maneiras, muito mais visceral.

Eventos como o Anime Festival são feitos de fãs pra fãs. Essa frase -- de fã pra fã -- é, inclusive, um tipo de mote de vários órgãos de distribuição de animes (desenhos animados japoneses) que existem no Brasil todo. Isso significa que se você não é inteirado com esse mundo, você se sente um tanto por fora. Não completamente porque sempre há quem se disponha a explicar o que você quiser saber, e o mínimo interesse demonstrado da sua parte é o suficiente para que qualquer um passe horas te explicando tudo o que existe para saber sobre as armas, nomes, habilidades especiais, roupas, manias, hobbies, cor de cabelo, de qualquer personagem que você quiser. Existe especialista em tudo que circunda esse mundo dos animes. Mais especialistas do que é saudável ter, mas isso é outro assunto.

Logo na entrada, duas lojas vendem HQs e camisetas a perder de vista. É tudo o que se precisa para dizer aos fãs "você é bem vindo aqui". Aliás, camisetas, revistas e tranqueiras diversas são as coisas que não se podia reclamar de estarem em falta. Desenhistas (falsos e verdadeiros) também estavam lá aos borbotões. A meia dúzia de passos da porta, estava a sala da Medieval Brasil. Merecem capítulos separados todas as pessoas que fazem parte dessa organização. Visitem o site deles (www.medievalbrasil.com.br), comprem alguma coisa e apóiem a iniciativa dos caras. É monumental o que eles fazem. Roupas, espadas, adagas, túnicas, bastões, pingentes, machados, qualquer coisa medieval que você quiser, lá tem. Tudo extremamente bem feito, com qualidade primorosa. A "Linha Conan", com espada e machado, foi a minha predileta pessoalmente, mas tenho que confessar que quando vi um cara comprando o escudo e a espada do Link (de Zelda), fiquei com uma ponta de inveja. Mas fiquei feliz ao mesmo tempo porque o dinheiro que a Medieval Brasil levar de Belo Horizonte (espero que seja bastante para que eles possam se animar e voltar) vai ser pouco devido à qualidade das coisas deles. O casal que lá atendia -- um cavaleiro medieval e sua mulher, em roupas no melhor estilo "donzela em perigo" -- foram, ainda por cima, extremamente simpáticos.

Em um mini-teatro aberto, guerreiros promoviam lutas com espadas. Isso não é brincadeira. Um grupo empolgado de participantes confeccionou espadas e estavam chamando os visitantes para embates a céu aberto. O fato das espadas serem tubos de PVC com espumas enroladas em silver tape não tirou a graça dos duelos, que duraram os dois dias. Os visitantes faziam fila e os guerreiros (três pelo que me lembro) revezam para "matar" os pobres coitados. Alguns visitantes ficaram bons no negócio e chegaram a derrotar os desafiantes. Tudo numa clima de diversão sem precedentes.

Érica Awano -- a desenhista da HQ "Holy Avenger", a mais bem sucedida revista em quadrinhos nacional da história -- deu palestra e sessão de autógrafos, os dubladores da Buma (Dragon Ball) e do Iki, de Fênix (Cavaleiros do Zodíaco) enfrentaram uma fila imensa de fãs para autógrafos em profusão. Parabéns aos organizadores por trazerem esses profissionais que a gente não tem oportunidade de ver, mas que trabalham feito gente grande.

Cosplay! Outro assunto que merece capítulos a parte. Parabéns para todo mundo que se vestiu como seu personagem preferido e foi pra lá. O sol estava de matar e ainda assim os corajosos se vestiram com sobre-tudos e foram participar, no maior bom-humor, do evento. Cosplay, pra quem não sabe, é a prática de se vestir como o personagem de algum anime ou mangá (quadrinhos japoneses). Tem alguns para você ver aqui http://ubbibr.fotolog.net/cosplay/. O nível em BH, na maior parte dos casos, ainda é "amador - ode ao tosco", o que rende boas risadas. Mas ainda assim, teve gente que se empenhou e só posso congratular esses malucos. Parabéns especiais para o cara que teve a mágica idéia de ir de "Samara", a menininha do filme "O Chamado". SENSACIONAL!!

Muitas coisas eu não consegui ver, outras tantas eu gostaria de ver de novo. Mas o principal, pra mim, de ir a eventos como esse são as pessoas. Conheci gente que eu nunca tinha visto antes e isso, por si só, já valeu a ida. Se você vai num evento como esse e não conhece ninguém -- ou pior, finge que não conhece quem conhece para se mostrar superior -- você sai perdendo. Além de ser patético.

Então, abraços especiais para:

Manguinha, Leandro e todo o pessoal que sempre vai nas oficinas de sexta-feira: melhor sorte no próximo torneio do Soul Calibur 2.
Patrícia: volte para interior, mas não deixe o interior voltar pra você. Estou esperando pelo livro.
Daniel: você desenha, véi?
Lígia (Luthien_lee): esqueci de cobrar a minha camisa do orgulho mineiro, mas espero que nos encontremos de novo. Prazer te conhecer.
o Samara: não sei quem era o cara, mas ele teve uma idéia incrível.

Problemas existiram, é claro, mas falar mal é fácil. Então fica pra uma próxima vez.

Ano que vem tem mais.

Abraços,
Leandro

posted by Leandro @ 1:10 AM  
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